No último texto que publiquei no blog falei sobre uma palestra que fui assistir sobre a Ciência da Felicidade com o professor israelense Tal Ben Shahar, famoso por ministrar o curso mais popular e concorrido da história de Harvard. O evento me impactou tanto que resolvi decupar mais um pouquinho sua fala e seus ensinamentos.
Final de ano. Término de 2018. Momento de pausar, de repensar, de planejar, de esperança.
Momento apropriado para nos conectarmos com um grande aprendizado: A PAUSA.
Segundo Tal, uma das grandes causas do infelicidade é o estresse e a incapacidade de recuperar-se dele. Parece óbvio não? Nem tanto.
Segundo dados da ONU, o estresse já é considerado uma epidemia mundial e atinge cerca de 90% da população do mundo acometendo não apenas adultos mas também jovens entre 18 e 22 anos. Mas como explica o professor, o estresse em si não é de todo ruim. “É como ir na musculação e estressar o músculo. Depois de um tempo ficamos mais fortes e saudáveis”, diz ele.
A questão está em REGENERAR-SE do estresse. O que a maioria das pessoas não percebe é essa necessidade de pausa, de momentos off, de silêncio, de simplesmente não precisar realizar nada. “Nós estamos ON o tempo todo”, diz ele. Normalmente, nos damos a permissão para pausar apenas nas férias. Pense em você nesse momento. Dezembro de 2018. Final de ano. Deve estar refletindo: descanso merecido.
Porém, como ensina o professor, a regeneração do estresse deve ser uma prática constante. Para isso há três níveis de práticas: a micro, a mezzo e a macro.
No nível micro, ensina Tal, podemos realizar pequenas tarefas diárias tais como meditação, ir a ginástica regularmente, praticar algum hobbie. Mas uma das práticas com maior resultado são as pequenas pausas de respiração durante o dia.
Em um trabalho realizado pelo professor na bolsa de valores de Nova Yorque, cujo índice de evasão de funcionários por conta do estresse é altíssima, a solução foi propor a pausa. Porém imaginem vocês propor pausa num ambiente no qual as oscilações de mercado podem gerar perdas consideráveis de patrimônio. “Os funcionários nos relatavam que seria impossível pausar por cinco minutos e tirar o olho da tela”, conta Tal. Depois de muito conversar, chegaram a um veredicto: O que seria viável eram pausas de 30 segundos a cada cinco minutos de trabalho. 30 segundos de consciência, fechar os olhos e conectar-se com a respiração conscientemente….. O resultado? O nível de funcionários querendo se desvincular da empresa caiu e o rendimento e a produtividade aumentaram.
Outro exemplo de pausas constantes está no chamado nível mezzo e está ligado a importância de uma boa noite de sono ou tirar um dia off.
No nível mais macro, conta o professor vale dar-se férias ou até uma semana off no meio do ano. Ou seja, pausas necessárias em meio a tanta correria.
Buscando o significado do verbo pausar encontrei: interrupção momentânea; intervalo. Me conecto com com o poder de regenerar-se, dar-se a permissão de interromper momentaneamente o fazer automático, gerar um intervalo consciente para rever, repensar, mudar a rota, aprender, respirar, dar colo ao corpo e ao coração.
Como você anda gerando esses espaços de pausa em sua vida? O que o impede de pausar? O que você escuta de si mesmo quando fica em silêncio?
Originally published at https://joanamadia.com on January 7, 2019.
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